Notícias do Tocantins - Áudios com pedidos de ajuda enviados por Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, revelam momentos de angústia e desespero da mulher enquanto era brutalmente agredida pelo ex-vice-prefeito de Caseara, Gilman Rodrigues da Silva (PL). O crime aconteceu no sábado (22/3), em uma chácara localizada na zona rural do município.
A vítima permanece internada em estado grave no Hospital Geral de Palmas (HGP). O ex-vice-prefeito se apresentou à delegacia na terça-feira (25), mas foi liberado por não estar mais em estado de flagrante.
Nos áudios, Delvânia implora por socorro enquanto era atacada:
“Socorro! Eu tô sendo agredida aqui no Rancho Fundo, socorro, socorro! Olha aqui, olha, eu vou mostrar o meu cotovelo, tá todo sangrado. Eu vou mostrar, socorro! É bem aqui no Gilman, o Gilman tá me agredindo. Socorro! [SIC]”
Em outra gravação, a vítima suplicava por ajuda:
“Ajuda, pelo amor de Deus! Olha aqui, gente, como eu estou! Olha aqui! Oh, meu Deus, me ajuda.”
Durante os pedidos de socorro, é possível ouvir a voz do agressor ao fundo pedindo para a vítima parar de gritar: “Para com isso, meu bem.”
OUÇA!
ENTENDA O CASO
O crime ocorreu no último sábado (22). Delvânia teria sido agredida com arma branca e foi encontrada gravemente ferida após enviar mensagens pedindo socorro.
Socorrida pela Polícia Militar, a vítima foi levada a uma unidade de saúde do município e, devido à gravidade dos ferimentos, transferida para o HGP, onde permanece internada. Ela apresentava múltiplos ferimentos na cabeça, fraturas e lacerações profundas.
FAMÍLIA PEDE JUSTIÇA
Familiares de Delvânia participaram de um evento para clamar por justiça. Empunhando cartazes, os irmãos da vítima cobraram punição ao agressor. “Não podemos deixar esse crime impune. Nenhuma mulher deve ar por casos de violência doméstica. Delvânia não foi a primeira e, infelizmente, não será a última. Esse criminoso não pode se safar”, defenderam.
Segundo os familiares, Gilman já possuía histórico de violência contra mulheres e Delvânia já tinha uma medida protetiva contra ele.
Maria dos Anjos, irmã da vítima, relatou que a família só soube da agressão após Delvânia já ter sido transferida para o HGP. "Foi terrível o que aconteceu e a gente se sente impotente", desabafou.
Ela também ressaltou a personalidade da irmã e a necessidade de punição ao agressor. “Ela é uma pessoa alegre, extrovertida e muito tranquila. Esse caso não pode virar apenas estatística”, pontuou.
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Governador chama ex-vice-prefeito de 'marginal' e garante todo esforço para colocá-lo na cadeia
GOVERNADOR CHAMA AGRESSOR DE MARGINAL
O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) classificou o ex-vice-prefeito como "marginal", durante a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, em Palmas, na sexta-feira (28). "Vamos fazer todo esforço para colocar esse marginal na cadeia", garantiu Wanderlei.
O caso, que ganhou grande repercussão, foi tratado pelo governador como uma prioridade de segurança pública. "Esse caso gerou comoção no Tocantins. Está sendo acompanhado de perto pelo governo, mas, às vezes, a lei deixa brechas que precisamos superar", afirmou.
Ao lado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o governador reforçou o compromisso contra a violência doméstica.
Ele também destacou que o Estado não tolerará violência contra mulheres. "Não podemos permitir que uma situação como essa ocorra no Tocantins e no Brasil. O combate à violência contra a mulher exige a união de todos os entes federativos", ressaltou.
MINISTRA DAS MULHERES SE MANIFESTA
A ministra Cida Gonçalves também se posicionou sobre o caso. "Precisamos enfrentar a violência contra as mulheres e combater a impunidade. Não podemos aceitar que feminicidas sejam soltos ou não responsabilizados no tempo certo, permitindo que cometam mais crimes", enfatizou.
INVESTIGAÇÃO
O caso foi registrado na Central de Atendimento à Mulher 24h, em Palmas, no domingo (23). O Instituto Médico Legal (IML) coletou provas, e a Delegacia Regional de Paraíso foi acionada. A 54ª Delegacia de Caseara instaurou inquérito e já ouviu testemunhas.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que não houve flagrante no momento da prisão, pois o crime só foi comunicado à polícia no dia seguinte. O Ministério Público aguarda o andamento das investigações para se manifestar.
A Secretaria de Estado da Mulher repudiou a agressão e exigiu apuração rigorosa. “A violência contra a mulher exige resposta firme e imediata”, destacou a pasta, reforçando o compromisso com a proteção feminina e a aplicação da Lei Maria da Penha.
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