Notícias do Tocantins - Os incêndios florestais que assolam o Brasil em 2024 têm sido motivo de grande preocupação para autoridades, especialistas e a população em geral. Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, foi destacado que os governadores de diversos estados concordam de forma unânime que essas queimadas possuem cunho criminoso. 243g28
A declaração foi feita após uma reunião entre governadores e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, no dia 19 de setembro. Durante o encontro, discutiram-se as medidas a serem tomadas para conter o avanço do fogo e investigar as suas causas.
Ações coordenadas contra as queimadas
Segundo a nota oficial, as autoridades acreditam que os incêndios estão sendo promovidos de forma coordenada por grupos que atuam no garimpo ilegal e no desmatamento. A Polícia Federal já abriu 85 inquéritos para investigar o caso, apontando fortes indícios de que as queimadas são, em grande parte, resultado de ações criminosas. Rui Costa, ao falar sobre a situação, destacou que, embora a seca prolongada seja um fator relevante, há uma clara evidência de incêndios criminosos, com prisões já efetuadas.
Os governadores também expressaram preocupação com o fato de que muitos dos presos por atear fogo às florestas foram liberados rapidamente mediante pagamento de fianças simbólicas. Esse detalhe acentua a sensação de impunidade, o que agrava ainda mais a situação.
Incêndios florestais e suas causas criminosas
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reforçou a gravidade da situação. Segundo ele, embora existam causas naturais para incêndios florestais, a maior parte dos focos de fogo é provocada por ações humanas. Ele afirmou que existe um consenso entre os governadores sobre a natureza criminosa das queimadas. “Sejam orquestradas ou não, essas ações criminosas têm impactado o território de cada um dos estados”, declarou Padilha.
A doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, corrobora essa visão. De acordo com sua pesquisa, apenas 1% dos incêndios florestais no Brasil são provocados por causas naturais, como raios. “Os outros 99% são de ação humana”, afirma Libonati. O monitoramento por satélite realizado pelo sistema Alarmes, do qual Libonati é responsável, confirma a origem intencional da grande maioria dos incêndios.
Impacto econômico e social
Os danos causados pelas queimadas vão além da destruição ambiental. Em 2024, mais de 11,2 milhões de brasileiros já foram diretamente afetados pelos incêndios florestais, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios. O prejuízo financeiro ultraa R$ 1 bilhão, com pelo menos 538 municípios em estado de emergência. Este número contrasta fortemente com o de 2023, quando 23 municípios declararam emergência, afetando cerca de 3.800 pessoas.
Ações a serem feitas
Diante da gravidade da situação, fica claro que apenas ações emergenciais não serão suficientes para conter os incêndios florestais. As investigações em andamento pela Polícia Federal são um o importante, mas é fundamental que haja punições mais rigorosas para os responsáveis pelas queimadas. Além disso, o fortalecimento das políticas públicas de combate ao desmatamento e à exploração ilegal de recursos naturais precisa ser intensificado.
Atuação em conjunto
O aumento dos incêndios florestais no Brasil levanta uma questão crucial: até que ponto a impunidade e a ação coordenada de criminosos estão contribuindo para a devastação ambiental? É alarmante pensar que tantas áreas naturais estão sendo destruídas devido a interesses ilícitos. A atuação rápida das autoridades é necessária, mas também cabe à sociedade pressionar por soluções mais permanentes e eficazes, que punam os responsáveis e protejam as futuras gerações.