Notícias do Tocantins – Antes mesmo da oficialização da fusão entre PSDB e Podemos, os dois partidos já articulam nos bastidores uma federação com uma terceira sigla. O objetivo imediato é escapar da cláusula de barreira e garantir o ao Fundo Eleitoral e ao tempo de propaganda em rádio e TV. 5rw1x
Mas os efeitos dessa movimentação vão muito além da matemática eleitoral e têm potencial explosivo no Tocantins, reacendendo disputas antigas e redesenhando alianças para 2026.
Fusão e federação
Com apenas 13 deputados federais, o PSDB vem perdendo força desde 2014, quando tinha 49 parlamentares. O Podemos, por sua vez, tem 12 deputados e também encolheu. Para evitar sanções, os partidos precisam eleger pelo menos 13 deputados federais em nove Estados nas eleições de 2026. A meta da cláusula de barreira aumenta em 2030, quando o mínimo exigido será de 15 deputados federais.
Federar com quem? PDT e PSD estão no radar
As conversas mais avançadas miram o PDT, do vice-governador do Tocantins, Laurez Moreira, e o PSD, do senador Irajá Abreu. Nacionalmente, essas legendas flertam com o risco da cláusula de desempenho e podem ver na federação uma solução para manter o aos recursos e espaços de poder. Apesar de o PSD ter hoje 42 deputados, há articulações regionais que pressionam por realinhamentos, especialmente no Tocantins.
Tocantins vive um redemoinho político
No Estado, o cenário é confuso e delicado. A fusão entre PSDB e Podemos colocaria Cinthia Ribeiro e Eduardo Siqueira Campos no mesmo palanque para 2026. Porém, ambos mantêm uma relação conflituosa desde a eleição do atual prefeito de Palmas.
O Podemos é comandado no Estado pelo ex-deputado federal Tiago Dimas, filho do ex-prefeito de Araguaína e atual secretário de Planejamento de Palmas, Ronaldo Dimas.
Já Irajá, do PSD, vive isolado politicamente em meio às lideranças estaduais. Hoje na bancada da Câmara Federal do Tocantins não há nenhum representante do Podemos, PSDB, PSD e PDT.
Bancadas federais e o risco da cláusula de barreira
Partido | Deputados Federais (2022) | Situação | |
PL | 99 | Tranquilo | |
PT | 68 | Tranquilo | |
União Brasil | 59 | Tranquilo | |
PP | 47 | Tranquilo | |
MDB | 47 | Tranquilo | |
PSD | 42 | Alerta | |
Republicanos | 41 | Alerta | |
PDT | 17 | Risco | |
PSB | 14 | Risco | |
PSDB | 13 | Risco | |
Podemos | 12 | Risco | |
PCdoB | 6 | Grave | |
PV | 6 | Grave | |
Solidariedade | 4 | Grave | |
Política das federações
A ex-prefeita Cinthia Ribeiro não tem mais mandato, porém, o PSDB tem vereadores e deputados estaduais, o que torna a fusão estratégica no Estado. As federações também permitem a mudança partidária sem perda de mandato, algo que pode atrair lideranças que hoje estão presas a siglas menores.
Além de recursos e tempo de TV, a federação define unificação de programas partidários e compromissos políticos nacionais, o que pode colidir com interesses locais no Tocantins, onde as alianças cruzadas são frequentes e instáveis.
Com a união entre PSDB e Podemos e a possibilidade de incorporar o PDT ou PSD, um novo bloco de oposição pode surgir no Tocantins. Mas essa união depende de articulações delicadas, costura de egos e superação de rachas antigos.