Notícias do Tocantins - Nesta segunda-feira (09/12), às 23h, a TV Brasil apresenta um episódio inédito do programa Caminhos da Reportagem, intitulado “Um lar além das fronteiras”. 506a5h
A edição traz à tona as histórias de imigrantes que enfrentam desafios ao buscar novas oportunidades no Brasil, destacando a falta de políticas públicas voltadas para moradia e e. O programa mergulha em relatos de pessoas que, ao deixar seus países de origem, como Venezuela, Síria e República Dominicana, enfrentam barreiras e lutam por condições dignas de vida.
Comunidade de Veneza City: uma história de resiliência
No extremo leste de São Paulo, após o bairro São Mateus, surgiu uma comunidade chamada Veneza City, formada exclusivamente por venezuelanos. Cerca de 300 pessoas vivem na região, enfrentando a precariedade de casas feitas com madeira compensada em um bairro com ruas de terra. Entre essas pessoas está Wendy Herrera, que chegou ao Brasil em 2020. Designer de moda em seu país natal, ela compartilha como escolheu Veneza City:
"Eu falei para o meu marido: eu sinto uma energia boa de lá. E aí eu vim para cá e consegui um barraco”, relata Wendy, demonstrando a força do instinto em sua busca por um lar.
Outro relato marcante é o de Carmen Noriega, que também deixou a Venezuela em busca de melhores condições. Inicialmente, o filho de Carmen vendia produtos nos semáforos para ajudar a família, mas, com o tempo, eles abriram uma vendinha local. Apesar de se sentir relativamente estabilizada, Carmen confessa: "Meu sonho é voltar para o meu país."
No entanto, a comunidade vive em um terreno público que está atualmente em disputa judicial, evidenciando a instabilidade que muitos imigrantes enfrentam mesmo após se estabelecerem.
Desafios da moradia e a falta de políticas públicas
No Brasil, muitos imigrantes acabam em ocupações irregulares devido à falta de moradia ível. No centro de São Paulo, o edifício Jean Jacques Dessalines abriga diversas famílias de imigrantes em condições precárias. Cliff Dante, da República Dominicana, vive sozinho em um dos cômodos improvisados e descreve o local como um ambiente desafiador: "A gente aprende a conviver com os outros, mas não é fácil."
Além das dificuldades de moradia, há um entrave relacionado à documentação, fiador e rede de apoio. Como afirma Carla Aguilar, assistente social do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami):
"Todos nós deveríamos ter moradia digna independente da nacionalidade. E essas pessoas têm muita dificuldade em conseguir alugar um lugar."