Os sofrimentos psíquicos na infância são uma realidade complexa e muitas vezes subestimada. Ao contrário do que se pode imaginar, as crianças também enfrentam desafios emocionais significativos que podem afetar seu desenvolvimento e bem-estar. Entender esses sofrimentos e saber como ajudar é fundamental para os cuidadores. Vamos explorar cinco sofrimentos psíquicos comuns na infância e discutir estratégias para apoiar as crianças nessas situações. 2g2m52
Medos de animais, insetos e fantasmas 4t561q
Os medos infantis são comuns e podem perturbar atividades cotidianas como dormir ou brincar ao ar livre. Segundo a psicanalista Adela Stoppel de Gueller, esses medos surgem por volta dos três anos, quando a criança começa a se diferenciar dos pais e irmãos. Quando esses medos se tornam fobias, limitam a circulação da criança e aumentam a angústia.
O que fazer: evite antecipar-se ao medo da criança ou negar a existência do objeto temido. Em vez disso, ajude-a a encontrar maneiras de lidar com a situação. Se o medo for muito limitador, busque ajuda profissional.
Medo da própria morte ou da morte de pessoas queridas 2y214n
O medo da morte é uma preocupação que pode desconcertar os pais. A psicanalista Rosa Maria Marini explica que o que realmente assusta as crianças é o desamparo que pode vir com a perda de um cuidador importante. Perguntas frequentes e pensamentos obsessivos sobre a morte são comuns.
O que fazer: converse abertamente sobre o assunto, mesmo que seja difícil. Falar, brincar e desenhar a morte ajudam os pequenos a compreender e elaborar o luto. Evite transformar o tema em tabu.
Vergonha e timidez excessivas 47r57
A vergonha e a timidez são expressões de inibições na infância e têm raízes inconscientes. A criança pode sentir-se muito exposta em ambientes não familiares e buscar proteção em alguém próximo. Essas reações podem impedir atividades importantes como apresentações escolares ou a formação de amizades.
O que fazer: um acompanhamento profissional pode ser decisivo. Ajude a criança a desenvolver atividades que a coloquem em situações sociais de forma gradual e segura.
Bullying 5p5c5s
O bullying é uma forma de opressão e humilhação que pode afetar até mesmo crianças pequenas. Segundo Adela Stoppel de Gueller, o bullying é um problema social que envolve a família, a escola e os valores culturais. A criança pode sofrer em silêncio, sentindo vergonha de contar o que está acontecendo.
O que fazer: entre em contato com a escola imediatamente e forme uma rede de apoio que inclua a criança, a família e um psicólogo ou psicanalista. Espaços de fala não repressores são fundamentais para que a criança se sinta segura para expressar seus sentimentos.
Sentimento de exclusão e solidão 3d59z
Os sentimentos de exclusão e solidão podem refletir o mundo interno da criança. Segundo o psicólogo Enrique Mandelbaum, esses sentimentos podem surgir de crises no desenvolvimento ou da dificuldade em encontrar alguém com quem dividir suas angústias.
O que fazer: ofereça um ambiente acolhedor e paciente. Ajude a criança a desenvolver suas próprias estratégias para lidar com esses sentimentos, sem impor soluções rápidas que possam piorar a situação.
Como identificar a causa do sofrimento 6054g
Identificar que algo não vai bem com a criança envolve estar sensível às alterações em seu comportamento e rotina. A psicóloga Louise Madeira destaca a importância de um "abraço" metafórico e literal, que comunique segurança e proteção. O diálogo deve ser aberto e carinhoso, sem pressa ou impaciência.
O apoio dos cuidadores
O amparo começa em casa, com a escuta atenta dos pais e cuidadores. A psicanalista Belinda Mandelbaum recomenda que os pais abram espaço para escutar os filhos, oferecendo segurança e acolhimento. Recorrer ao cuidado profissional não significa falha dos cuidadores, mas sim um reconhecimento da necessidade de recursos adicionais para situações complexas.
A importância do brincar 4c6w28
O brincar é uma ferramenta poderosa no tratamento de sofrimentos psíquicos infantis. Desenhos, jogos e bonecos permitem que a criança expresse seus afetos e torne pensáveis questões que não conseguem ser colocadas em palavras. O brincar, com um bom escutador ao lado, é transformador e encontra saídas inesperadas e surpreendentes.